A Lição
da Barata
Um homem afirmava que nosso Senhor fizera muitas coisas sem préstimo.
Há seres perfeitamente dispensáveis e, não compreendia, como o
Criador perdesse tempo com eles.
Para que servia uma barata?
Para nada.
Viveríamos melhor sem as baratas, não é verdade?
Dias depois, esse homem começou a sofrer das vias urinarias e não
podia verter água.
Os doutores não deram solução.
Desesperado, foi procurar uma velha que ensinava remédios antigos,
meizinhas do povo.
A Velha ouviu e disse que o doente arranjasse uma barata viva, das
grandes.
O homem caçou e levou a barata.
A velha sem que ele vise, torrou a barata, tornando-a em pó, fez um
chá bem quente e mandou o homem beber, sem açúcar.
Logo depois, começou ele a urinar, que não tinha mais conta.
Ficou bom e foi agradecer a velha.
- Sabe qual foi o seu remédio? Não sabe?
- Foi um chá de barata!
Tudo nesse mundo tem sua serventia, depende da oportunidade.
O árabe perguntava qual a intenção de Deus ao criar um bicho tão
feio e nauseante como o escaravelho.
Adoeceu e foi curado pelo pó do escaravelho.
O árabe raciocinou convencido.
Autor: Luís Câmara Cascudo.
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